Regional de Ubá faz alerta sobre utilização de Fumacê UBV

Diante disso, a GRS Ubá enviou para as secretarias municipais de saúde a Nota Técnica nº 11/SES/SUBVS-SVE-DVAT-CEVARB/2020, que trata sobre as orientações para a operacionalização e justificativas para o uso do UBV, que deve ser utilizado somente para bloqueio de transmissão e para controle de surtos e/ou epidemias provenientes do vetor Aedes aegypti.
Fumacê
A aplicação do UBV é uma ação de caráter emergencial diante de situações de relevância em saúde pública, como epidemia de dengue. “O uso sem critérios do fumacê impacta o meio ambiente, causando mortes dos insetos polinizadores tais como abelhas, vespas e borboletas; além dos predadores naturais que exercem a função de controladores das populações de vetores.
Outra consequência negativa é a seleção de populações de mosquitos resistentes ao produto utilizado, dificultando a interrupção da transmissão pelo controle químico quando realmente for necessário”, ressaltou Hélcio Carlos Gonçalves Cruz, referência técnica em Endemias da GRS Ubá, alertando que o fumacê só elimina insetos em voo, ou seja, os ovos e as larvas não são atingidos e renovam sempre a população de adultos.
Controle populacional
O combate a esses insetos passa por medidas de saneamento básico, como limpeza de córregos e beiras de rio, e medidas naturais como chuvas regulamentares, pois os pernilongos se reproduzem em ambientes como esgoto, água empoçada e em vasilhames expostos em lixos. “É de fundamental importância que a população exerça seu papel na contribuição da limpeza da própria cidade.
Pequenas atitudes como evitar jogar lixo no chão, não deixar entulhos e nem móveis abandonados e separar lixo orgânico do reciclável podem facilitar muito a manutenção da limpeza das ruas. Já o poder público deve atuar principalmente em período não epidêmico, adotando os métodos de controle como visita a residências e imóveis, áreas que concentram grande número de criadouros produtivos e funcionam como dispersores”, destacou Hélcio.
O conjunto de atividades emergenciais adotadas em situações de surtos ou epidemias das arboviroses (dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana) deve ser simultâneo com as demais ações de controle, principalmente a eliminação de criadouros de mosquitos. “O incômodo que os mosquitos causam é grande, porém, eliminar somente os que estão em voo e a um custo ambiental altíssimo não é a solução. Infelizmente, o Brasil enfrenta regularmente os períodos em que a dengue e as outras doenças causadas pelo Aedes aumentam exponencialmente, quando pode ser aplicado o UBV e há uma sensação de alívio. Porém, visto que os criadouros não foram eliminados, o cenário se repete. Por isso, reforçamos junto aos gestores a importância de seguir o Plano de Contingência das Arboviroses e, com a população, esclarecemos que pequenas atitudes diárias, como verificar os vasilhames dentro de casa e no quintal, são imprescindíveis para conter o avanço populacional dos pernilongos”, disse Fábio Vieira Ribas, coordenador de Vigilância em Saúde da GRS Ubá.
“A equipe está alinhada com as demandas regionais, propondo pautas que atendem à realidade vivenciada pelos gestores. Um trabalho muito importante que a equipe de Endemias tem realizado é a visita a todos os 31 municípios da nossa área de jurisdição para acompanhar e avaliar a aplicação dos Planos Municipais de Contingência das Arboviroses Urbanas, bem como também auxiliar na construção deste instrumento de intervenção técnica nas cidades que ainda não o possui. Certamente, prevenir com planejamento em Vigilância em Saúde é a melhor opção”, finalizou o diretor da GRS Ubá, Franklin Leandro Neto.
Check-list para combater a proliferação de mosquitos:
Lixeiras sempre tampadas;
Quintal sem lixo e entulhos, garrafas e baldes de cabeça para baixo;
Reservatórios de água do ar-condicionado, geladeira e umidificador secos e vazios;
Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
Não usar pratinhos que acumulam água para vasos de plantas;
Pote para água de animais devem ser limpos com bucha ou escova;
Mantenha limpos os ralos, canaletas e calhas;
Realize manutenção periódica de piscinas e caixas d’água;
Coloque plantas que acumulam água, como a bromélia e outras, em local coberto.
Deixe lonas bem esticadas, evitando formação de poças d’água;
Não utilize garrafas pet com gotejador em plantas que tenham aberturas que o mosquito possa entrar para colocar ovos.
Fonte: saude.mg.gov.br